segunda-feira, 16 de maio de 2011

Escrever sem doer

A turma da Língua Portuguesa 2009 fez uma atividade de escrita proposta no livro Escrever sem Doer, de Ronald Claver, da Editora UFMG. A proposta foi a seguinte:  

1. Escreva um título qualquer. 
2. Escreva tudo o que lhe vier à cabeça a partir desse título, sem nenhum tipo de censura.  
3. Releia o que escreveu e recorte, emende, reorganize, questione seu texto, leia para seus colegas e peça opiniões.  
4. Reescreva seu texto. 
5. Compare as duas versões: a primeira e a segunda e veja a diferença.
 
Os resultados dessa atividade foram os textos a seguir:  
O cansaço destrói, Emanuelle 
A vida é cheia de obrigações, trabalhos e responsabilidades. Ao findar o dia, o que me resta é cansaço, dores e muita lamentação... O cansaço destrói a criatividade e bloqueia qualquer tímida vontade de produção. Não seria melhor se no final do dia ou semana nos restasse ainda muita disposição para nossa família? Mas mais uma vez eu digo: o cansaço destrói, destrói mesmo, até meus pequenos instantes de diversão. Onde está o ânimo de brincar com minhas filhas? E de cuidar da minha casa? Infelizmente o cansaço destruiu...
 
A coisa, Elisiani 
Uma coisa pode ser qualquer coisa. Há até quem use a palavra coisa para falar de tudo. Então, podemos dizer que a coisa ou pode ser nada ou pode ser tudo. Por exemplo, costumamos dizer: “A coisa é toda muito estranha...” Se formos pensar bem, vamos chegar ao tudo e no final das contas esse tudo é tão amplo que gera o vazio de sentido. Tem até um filme chamado “A coisa”. Mas chega no final do filme e nem mesmo conseguimos descrever o que é a coisa. Tem coisa então que não dá nem para acreditar: quando as pessoas viram coisa, objeto, deixam de ser. E se tem uma coisa que me deixa infeliz é essa coisa.
 
O nada é nada?, Schayane  
Fazer nada, na realidade, é fazer algo, pois quando se está fazendo nada se está fazendo algo, deixando de fazer alguma coisa. Por exemplo: deixando de jogar bola, para ficar fazendo nada na frente da TV, não se está fazendo nada, mas sim assistindo televisão, certo? Ou melhor: deixar de mexer no computador para ficar deitado no sofá; neste momento, você não está fazendo nada, mas está descansando no sofá. Por isso, eu me faço esta pergunta: o nada é realmente nada? Quando uma pessoa pergunta o que você está pensando e você diz “nada”, todo mundo sabe que isso não é verdade. É, ounão é?

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