quinta-feira, 24 de março de 2011

Desastres no litoral paranaense, e agora?

 
O litoral do Paraná vive uma de suas piores tragédias climáticas. A quantidade de chuvas que atingiu a região provocou duas mortes e o bloqueio total das rodovias de acesso, por deslizamentos e quedas de pontes. Os deslizamentos em Antonina – onde ocorreram as duas mortes – e em Morretes foram mais fortes, mas a situação em Paranaguá também é calamitosa, assim como em Guaratuba.



Na quinta-feira (17/03), um grupo de 45 professores e técnicos da UFPR Litoral estiveram nas cidades de Morretes, Antonina, Guaratuba e Paranaguá. “Nos dias anteriores fizemos o levantamento de diversas ações com as quais podemos colaborar neste momento e também apontamos propostas de projetos para médio e longo prazo. Agora iremos avaliar com as comunidades e autoridades locais quais delas são mais relevantes. Nesse processo estudantes, professores e técnicos trabalham juntamente”, esclarece o professor Renato Bochicchio.
Para avaliar as condições em que estão as comunidades na região rural de Guaratuba, os professores Márcia Ferreira e Maurício Fagundes navegaram pelo rio Limeira. “Tudo que ficava à margem do rio foi destruído, encontramos árvores arrancadas pelas raízes no meio de pastos, animais mortos, famílias sem luz e nem água. Casas, móveis e toneladas de banana e muito palmito foram perdidos”, relatou a professora Márcia. Dois estudantes de agroecologia da UFPR Litoral também estão na região do rio Limeira para construir estruturas de captação de água e orientar sobre o seu tratamento, como alternativa de abastecer as famílias. “As famílias precisam de doação de água, leite em pó e produtos de limpeza e higiene. A defesa civil está ajudando muito neste momento de emergência, eles dão assistência às famílias e podem fazer o transporte dos materiais”, continuou Márcia.
Em Morretes, a população continua em alerta. A defesa civil orientou algumas famílias do bairro Pindaúva a deixarem as suas casas. Como relata Fernanda Bontorin, funcionária da Câmara Municipal de Morretes, “os bombeiros estiveram aqui, foram de casa em casa e avisaram que há risco de desmoronamento. Umas 150 pessoas que moram na região mais alta deixaram suas residências. Eu e minha família não estamos muito próximo da região de risco e vamos ficar, mas já estou com a mudança no carro, caso precise sair correndo”, explicou.
Fonte: SOSlitoral do Paraná -  Aline Gonçalves

Atividades de Estágio II - TURMA 2009

Professores Elisiani e Jamil 

Ler e estudar o texto “Políticas públicas e educação: enfrentamento ou manutenção da pobreza política”, parte 3.3 da tese de doutorado disponível no seguinte endereço:
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3261
O texto também está disponível com a Emanuelle para ser reproduzido (15 páginas)
Roteiro de estudo do texto:
1. Ler destacando as principais idéias e informações.
2. Consultar o dicionário e anotar a definição mais apropriada para a palavra pesquisada no contexto do texto.
3. Aprofundar os seguintes conceitos:
- política
- sociedade civil
- público/privado
- neoliberalismo
- cidadania
- emancipatório
4. Pesquisar informações sobre os programas sociais do governo atual voltados para a educação.
5. Fazer um mapa conceitual a partir do texto.
Importante: O texto será trabalhado em sala a partir das anotações individuais,
por isso, é imprescindível sua leitura e estudo prévios. Os materiais de pesquisa, se possível, podem ser trazidos no dia da aula. Fontes devem ser citadas.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Instaladas representações UFPR Litoral em Morretes, Antonina e Paranaguá

A UFPR Litoral está com estruturas instaladas em três municípios atingidos pelas chuvas e deslizamentos no litoral do Paraná.

As representações foram estabelecidas em parceria da Fafipar, em Paranaguá, da Câmara de Municipal, em Morretes, e da Prefeitura, em Antonina. A professora Jussara Araújo, que esteve em Morretes ontem (16/03), informa que a situação continua crítica. “Eles precisam de tudo, três comunidades foram totalmente devastadas. O acesso pelas estradas principais e secundárias está muito ruim”, relatou Jussara.
Em Paranaguá a professora Gabriela Bica visitou o abrigo em que estão alojados desabrigados de Morretes. “São cerca de 140 pessoas, das quais aproximadamente 40 crianças. Quase todos moradores das comunidades Floresta e Santa Cruz. Eles estão alojados no CAIC, onde recebem apoio da Provopar, da defesa civil e demais órgãos competentes”, explicou. Segundo ela, a falta de água é o maior problema. “É necessário água, fraldas infantis (G e GG), materiais de higiene e de limpeza, mamadeiras, alimentos, além de brinquedos e materiais para entretenimento dos desabrigados”, ressaltou Gabriela.
Em Antonia, a prefeitura começou a fazer o cadastro dos desabrigados. “É necessário orientar as pessoas para que elas conheçam seus direitos e tenham o auxílio necessário neste momento”, alertou o professor Rodrigo Mengarelli, que está na representação em Antonina.
Os estudantes e demais servidores da UFPR Litoral que estejam nessas regiões, podem se dirigir aos locais para integrar as atividades em favor do atendimento das pessoas atingidas e da reparação dos danos. Em cada um deles, um servidor e um professor articulador, das 8 às 18h. O posto em Curitiba continua instalado no saguão da Reitoria para coleta de doações e articulação de voluntários.

Endereços e contatos
Paranaguá: Fafipar (Rua Comendador Corrêa Júnior, 117) - Articuladora: Gabriela Bica
Morretes: Câmara de Vereadores (Rua Conselheiro Sinimbu, 50) - Articuladora: Jussara Araújo
Antonina: Estação Ferroviária – (Praça Carlos Cavalcanti, s/n°) - Articulador: Rodrigo Mengarelli

Aline Gonçalves
Fonte: UFPR Litoral http://200.17.236.243/node/209

domingo, 13 de março de 2011

Pelo direito de ser feliz e respeitado

Ricardo Araújo - repórter


Ao longo dos séculos, a ciência foi capaz de descobrir curas de doenças raras, detalhar o DNA humano e clonar animais. Até hoje, porém, não conseguiu montar o complexo quebra-cabeças e explicar o homossexualismo. Genética,  influência social ou distúrbio psicológico? Independentes  e alheios a teorias, os homossexuais conquistam, a duras penas, espaço em ambientes preconceituosos e mostram que ser gay independe de se vestir como o sexo oposto, ter trejeitos (ou não) e  assumir uma    postura que até pouco tempo chocava, inclusive, os mais “descolados”. Diariamente, trava-se uma batalha pela igualdade de direitos e respeito.

Para a advogada Maria Berenice Dias, que há doze anos trabalha na defesa dos direitos homoafetivos, o afastamento da Igreja do Estado foi de suma importância para a ascensão da temática gay no País. “Além dissto, com o alvorecer dos direitos humanos, as pessoas começaram a se dar conta de que era preciso lutar pelos direitos igualitários”, afirma. Diferente da Holanda, por exemplo, onde o direito à união entre iguais foi concedido com a aprovação de uma lei específica, o Brasil não dispõe de uma legislação que discorra sobre o tema. Há, em alguns estados, leis e decretos que garantem a legalidade da união estável entre homossexuais. Para Maria Berenice, a ausência de leis que regulamentem essa situação em todo o território nacional é reflexo do preconceito embutido na mente dos legisladores e chefes do executivo. Para terem alguns direitos garantidos, é preciso recorrer à Justiça.

No Rio Grande do Norte, um Projeto de Lei em que o nome social dos travestis e transexuais passaria a ser utilizado em órgãos e repartições públicas do Estado, foi vetado pela governadora Rosalba Ciarlini. “É condição indigna ser obrigado a portar nome que não coincide com sua identificação social de gênero, a partir da escolha feita pelo próprio indivíduo”, ressalta o professor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Alípio de Sousa Filho.

Em outros estados, situações como estas foram resolvidas com a sanção de leis. Para Maria Berenice, os avanços na jurisprudência são muito positivos no Brasil. Salienta, porém, que o Poder Legislativo ainda é “muito covarde”. “Um país que se julga democrático não pode excluir uma parcela da população”, salienta.  Diante da mudança no cenário homossexual brasileiro, onde casais “saem do armário” quando percebem que a sociedade quebrou alguns paradigmas em relação a sexualidade alheia, cada vez mais advogados estão buscando se especializar na defesa dos direitos homoafetivos.

Até hoje, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu o direito à adoção e pensão por morte para os gays que comprovem estabilidade na união. Neste último caso, é preciso que o casal assine uma escritura pública na presença de um tabelião. “Firmar pactos é a maneira mais efetiva de se garantir a busca dos direitos”, analisa Berenice. Apesar da crescente demanda, existem renomados advogados que se negam a defender uma causa em prol de casais gays com medo de perder clientes héteros.

Enquanto as leis defensoras dos gays e lésbicas no Brasil não forem aprovadas em assembleia e sancionadas pela Presidência da República , milhares de casais continuarão realizando cerimônias fictícias, no afã de, um dia, ter reconhecido o direito de conviver e dividir bens, adotar uma criança e deixar herança para os parceiros, assim como fazem os casais heterossexuais.

Muitos casais homossexuais aguardam decisão do julgamento do STF para união estável no Brasil

Veja a reportagem completa em:
http://tribunadonorte.com.br/noticia/pelo-direito-de-ser-feliz-e-respeitado/175265

quarta-feira, 9 de março de 2011

A chave de Sarah de Tatiana de Rosnay

ROSNAY, Tatiane de. A Chave de Sarah. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010. 399p.

“Michael
Os anos se passaram e eu ainda tenho a chave.
A chave do nosso esconderijo secreto.
Está vendo? Eu a guardei, dia após dia, tocando-a,
lembrando-me de você.
Jamais me separei dela desde o dia 16 de julho de 1942.
Ninguém aqui sabe. Ninguém aqui sabe sobre a chave, sobre você.
Sobre você no armário.
Sobre papai e mamãe.
Sobre o campo.
Sobre o verão de 1942.
Sobre quem eu realmente sou.”

Paris, julho de 1942
Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas controlavam a França, época de medo e terror para todos aqueles pertencentes a raça judia. Os judeus foram marcados, separados, tratados como bicho. Tinham toque de recolher, hora em que podiam freqüentar o comércio, estavam proibidos de participar das atividades sociais; a exclusão foi só o início do terror. 

Naquele ano aconteceu o que ficou conhecido no país como “a concentração do Vel’ d’Hiv’”, quando milhares de judeus foram presos em um único dia e aprisionados em um famoso estádio onde eram realizadas corridas de bicicleta. La eles foram mantidos presos pela polícia francesa durante dias, sem comida e sem água, um amontoado de corpos, esperando para serem enviados para Auschwitz e colocados na câmera de gás. Um destino em que a esperança os impedia de acreditar mas que no fundo todos sabiam.


- Por que a gente está aqui?
Ela colocou a mão sobre a estrela amarela costura na frente da blusa.
- É por causa disso não é? – ela disse. – Todo mundo aqui tem uma.
Seu pai sorriu. Um sorriso triste, patético.
- É. Ele respondeu. – É por causa disso.
A menina franziu a testa.
- Não é justo, Papa – ela reclamou. – Não é justo!
Ele a abraçou, dizendo seu nome com ternura. 
- Sim, minha querida, você está certa. Não é justo.

No meio da noite a pequena Sarah e seus pais foram arrancados de casa pela polícia francesa e levados sem nenhuma explicação. Querendo proteger o irmão mais novo, ela deixa que Michael se esconda em um armário secreto e o tranca lá dentro. Ela fica com a chave, pois acredita que em poucas horas estará de volta. Ela promete voltar em breve e salvar o irmãozinho que tinha 4 anos. 

Paris, maio de 2002
Júlia Jarmond é uma jornalista americana que mora a 25 anos em Paris, com seu marido Bertrand e sua linda filha Zoë. Uma mulher forte e decidida, que aos 45 anos ainda se sente uma estrangeira naquela terra, mas que ama cegamente o marido e sua filha. A família do marido mesmo depois de tanto tempo ainda a vê como uma estranha, “a americana”, as piadas maldosas do marido constantemente a deixam constrangida e infeliz. 

Júlia trabalha para uma publicação americana no país, e seu chefe a incumbe de pesquisar sobre o episódio que ficou conhecido como a grande concentração do Vélodrome d’Hiver, pouco divulgado entre os franceses, uma vergonha para o país. O evento em memória do sexagésimo aniversário da tragédia está próximo e Júlia deverá escrever a matéria. 

Durante a pesquisa Júlia descobre uma ligação entre uma família judia e o apartamento que pertence à família de seu marido, pesquisando a família Starzyinski ela se vê frente a frente com uma trágica história e quer descobrir tudo que aconteceu aquela família, ela quer conhecer a história de Sarah.

Duas histórias, duas famílias. Sessenta anos separam Júlia de Sarah e a autora constrói de forma magnífica o passado da França no período da Segunda Guerra Mundial. A história de Sarah é triste, trágica, estarrecedora. Assim foi a história de milhares de famílias judias, destruídas e dizimadas durante a II Guerra. No livro a vida das duas personagens são narradas separadamente, até que um vínculo parece conseguir ligá-las.

Júlia é uma personagem forte e com muita força de vontade, estranhamente ela move céus e terra para tentar desenterrar o passado daquela família judia, o que teria acontecido com eles. Eu não sei em alguns momentos qual foi sua motivação para tamanha persistência, o vazio em sua vida atual ou a busca pela justiça. De uma maneira ou de outra ela precisa conhecer o passado, precisa que as pessoas saibam e se responsabilizem pela tragédia que causaram. 
Julia quer que as pessoas saibam, que não se esqueçam. Não se esqueçam do holocausto, porque isso tudo realmente aconteceu, por mais trágico que tenha sido não foi uma lenda de muito tempo atrás, é uma triste verdade, um verdade que deve ser lembrada. Leiam, se emocionem e conheçam a história de Sarah, a história dos milhares de judeus que foram mortos, fisicamente, culturalmente ou psicologicamente. Porque aqueles que sobreviveram, nunca esqueceram. 

Zakhor. Al Tichkah.
Lembre-se. Nunca esqueça.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou 
o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu 
estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, 
nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de 
quatrocentos e cinqüenta anos.
 
 
 
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma 
ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso 
pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma
delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!
 
 
 
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor 
apoio... A letra U se disse aliviada porque vou 
finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse 
que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto 
ele fica em pé.
 
 
 
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele 
C que fica se passando por S e nunca tem coragem de 
iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O 
e o anoréxico do I.
 
 
 
Desesperado, tentei chamar o ponto final pra 
trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, 
mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. 
Será que se deixar um topete moicano posso me passar por 
aspas? A verdade é que estou fora de moda. Quem está na 
moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, 
"www" pra lá.
 
 
 
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou 
celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria
se chamar TÜITER.
 
 
 
Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: 
haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou 
"tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua 
portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, 
lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades.
E não vão agüentar.
 
 
 
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar 
na história.
 
 
 
Adeus,
 
Trema