No ano de 2009, eu tive uma alegria ímpar em minha vida: prestei o vestibular para a UFPR, Setor Litoral, e passei. No dia em que vi meu nome entre os aprovados tive uma sensação de êxtase e fiquei uma semana rindo à toa. No primeiro dia de aula, mal pude acreditar que fazia parte de uma instituição tão conceituada como esta. Porém, os dias foram passando, as semanas, os meses e um ano inteiro se passou. Eu me perguntava: não deve ser esta a Universidade Federal do Paraná que está a poucos meses de completar cem anos. E assim se passou um ano em que eu vi professores ofertando cursos de línguas que não eram do meu interesse, pois quando escolhi o curso LinCom eu já sabia bem o que eu queria. Toda a perspectiva que eu tinha foi aos poucos sendo minada por um tempo que me parecia perdido, e em meio a tanta falação via alguns colegas indo embora, talvez acometidos do mesmo sentimento de frustração que o meu.
Por outro lado, muitas vezes me perguntava que tipo de cidadão ou profissional esta instituição quer qualificar, tendo em vista uma sociedade capitalista e consumista. Ser crítico e autônomo é uma questão quase pessoal, então é válida toda a metodologia na qual o aluno tem autonomia sobre o que quer estudar. Pena é que nem todas as pessoas estão com o seu senso crítico tão aguçado, ao contrário, parece que estão alienadas em um projeto que visa não mudar a educação, e sim contextualizá-la com a realidade. É certo também que um trabalho como este, leva tempo para gerar frutos. Mas se a instituição propõe uma nova maneira de estudo seria bom que isto já estivesse de alguma maneira formulado e melhor organizado.
Espero que todo meu senso crítico não cause um mal-estar, mas sim possibilite uma reflexão sobre a instituição, seus professores e alunos. Isso porque a humildade e a mansidão de espírito são virtudes que todo ser humano deveria praticar e buscar, e tudo isso sem preconceitos, respeitando a crença de cada um, pois respeitar o próximo não é compactuar com suas escolhas, mas respeitá-lo como ser humano que tem sentimentos, emoção e vontade própria para tomar decisões, inclusive de que maneira gastar o seu tempo de vida.
Estou ciente que toda “ação provoca uma reação” e que no campo das ideias toda discutição é valida e produz conhecimentos para um bem coletivo e não um bem restrito a algumas pessoas que julgam estar em uma posição melhor, ou detentoras de um saber maior com seus títulos. E esta questão nos leva direto para outra muito mais complexa: o ego. E ele também deveria ser revisto em uma instituição que pretende implantar um projeto de educação inovador.
Esse texto faz parte de uma atividade proposta no Módulo de Português da turmade 2009, atividade " escrever sem doer".