quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Reforma ortográfica: prós e contras

Por Schayane Lunkmoss
O novo acordo ortográfico da língua portuguesa foi assinado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva em 29 de setembro de 2008 e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009 e terá um período de transição de três anos. A reforma abrange oito países: Brasil, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.  Visa unificar a ortografia desses países lusófonos e facilitar o intercâmbio linguístico e cultural entre eles.
 O idioma português é o quinto mais falado no mundo, alcançando cerca de 200 milhões de pessoas. As diferenças de ortografia entre esses países dificultam a difusão internacional do idioma e a padronização favorecerá a promoção e o fortalecimento da língua portuguesa no mundo, facilitando seu estudo e trazendo uma identidade linguística aos países e seus falantes.
 Porém, ainda existem divergências com relação à reforma. Discute-se a real necessidade da unificação mediante as consequências econômicas que ela trará para os países, tendo em vista que é necessário dispor de grandes recursos para reeditar o material didático distribuídos nas escolas e reedições.
 Outra questão é postura de Portugal, país que se recusa a aceitar todos os termos do acordo, alegando que a reforma descaracteriza o idioma e que ocorrerá uma mudança fonética na língua. O equívoco dessa visão é que  a sintaxe, o vocabulário e a pronúncia permanecem as mesmas. O que muda é a grafia (escrita) de algumas palavras e não os sons.
Na opinião do membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Evanildo Bechara, a reforma ortográfica propõe uma unificação que servirá não só para facilitar a tradução de documentos oficiais, como também incluir o idioma no cenário mais amplo em âmbito internacional. Defende ainda que “A unificação significaria uma economia na edição de livros, pois não seria mais necessário editar uma versão para cada idioma. Além disso, a medida serviria de estímulo para que os países da comunidade se interessem pela literatura alheia, mais acessível e de fácil compreensão se escritas em um idioma único” aposta ele.
  Em contrapartida, a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros de Portugal) condenou o acordo. "Ainda não é tarde demais - assinala - para se evitar uma catástrofe, pois, certamente, o acordo ortográfico não serve a Portugal". Na opinião da associação, "ao contrário do que é dito pelos defensores do acordo ortográfico, não se considera a aproximação das diversas variantes do Português, mas sim a consagração das diferenças naquilo que é fundamental - a sintaxe, a semântica e o vocabulário -, com clara vantagem para a variante do Brasil”.
A professora Stella Maris Bortoni, discorda de uma reforma sem o consentimento de Portugal. "Creio que o propósito da unificação é justamente o de aproximar os povos, não de desunir”. O MEC, por sua vez, por meio da Comissão de Língua Portuguesa (COLIP), entende que já esperou tempo suficiente para obter uma resposta de Portugal.
A reforma possui mudanças relativamente pequenas. Segundo os linguistas que prepararam o acordo, 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% em Portugal passarão por mudanças. As principais são:       
·         O reconhecimento do ‘k’, ‘w’, e o ‘y’ como letras do alfabeto.
·         O trema não será mais utilizado, apenas em casos de nomes próprios.
·         Os ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados. Ex: assembleia, plateia
·         Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados. Ex: enjoo, voo ,creem deem.
·         Não se acentua mais “i” e “u” tônicos em proparoxítonas quando precedidos de ditongos. Ex: Baiuca, feiura. 
·         O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo( ou falsos prefixos) terminados em vogal+palavras iniciadas por “r” ou “s” sendo que essas devem ser dobradas. Ex: antessala, autorretrato,antissocial.
·         O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos( ou falsos prefixos) terminados em vogal+palavras iniciadas por outra vogal. Ex: autoafirmação, autoajuda, contraindicação, extraoficial, semiaberto.
·         Agora se utiliza hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminados em vogal+mais palavra iniciada pela mesma vogal. Ex: anti-inflamatório, micro-ônibus, micro-ondas.
·         Não se usa mais hífen em compostos que pelo uso, perdeu-se a noção de composição. Ex: mandachuva, paraquedas, paralama.
Agora, a expectativa é que a reforma seja levada adiante, tendo em vista que foi firmado internacionalmente que, se três países assinassem o acordo ele poderia entrar em vigor. E a medida já foi ratificada pelo Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Referências: http://pt.wikipedia.org.com   



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