quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Reforma ortográfica e o impasse de Portugal

Por Pricilla C. L.Soares¹

O idioma português é o quinto mais falado do mundo, alcançando 200 milhões de pessoas. Todavia, a existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa (a lusitana e a brasileira) tem sido considerada amplamente prejudicial à integração intercontinental do português e para sua importância mundial.
            Depois de várias tentativas de se unificar a ortografia, a partir de janeiro de 2009 passou a vigorar no Brasil e em todos os países da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CLP) o período de transição para as novas regras, que chega ao fim em 31 de dezembro de 2012. O objetivo dos governos foi simplificar e uniformizar as grafias da língua portuguesa, ampliando a cooperação comercial e social entre os países que têm o português como língua oficial. Fazem parte deste acordo: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Macau (região especial da China), Brasil e Portugal.
            Segundo Eunice Maria das Dores Nicola - professora da UFMG - existem muitos equívocos quanto à nossa ortografia. “Muitas pessoas pensam que esse acordo vai mudar alguma coisa na língua, e não é isso, a mudança é apenas na ortografia. A língua continuará a mesma, o que modifica é apenas o jeito de escrever algumas palavras”.
            A Associação Brasileira das Editoras de Livros (Abrelivros) não em nenhum dado ou pesquisa que indiquem objetivamente as conseqüências que o novo acordo ortográfico teve sobre as vendas. Todos os novos lançamentos já foram adequados às regras sem problemas. Porém, houve muita perda de estoque, pois muitos livros didáticos foram inutilizados por não estarem adaptados à nova ortografia.
            Mathias Schaf Filho, professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculos da UFRGS, afirma ser muito cedo para que se possa falar com segurança a respeito dos impactos educacionais e sociais que a reforma causará. Além disso, ele acrescenta que ainda não houve como sentir o peso das mudanças ortográficas, pelo fato dela ter sido muito pequena no Brasil em relação às mudanças propostas para o português de Portugal. “Pode ser que o problema comece quando o acordo se tornar obrigatório aqui no Brasil, mas por enquanto não houve dificuldades”.
            Uma coisa é certa, a grande finalidade do acordo está em ponto morto, já que Portugal tem grande ressalva quanto a ele, pois a unificação só será alcançada quando a reforma sair do papel em Portugal.


1. Graduanda do curso de Linguagem e Comunicação turma 2009.

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