sexta-feira, 2 de setembro de 2011

43,9% dos alunos do 3º ano não compreendem o que leem

UOL - 26/08/2011


Num grupo de cem alunos do 3º ano do ensino fundamental, 43 deles -- praticamente 44 -- não são capazes de entender um texto que estejam lendo. Nessa etapa de ensino, os estudantes deveriam ser capazes de identificar os temas de uma narrativa, localizar informações explícitas, identificar características de personagens em textos como lendas, contos, fábulas e histórias em quadrinhos e perceber relações de causa e efeito nesses textos.

Os resultados da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), que avalia a qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano (2ª série), demonstram que apenas 56,1% dos alunos aprenderam o que era esperado em leitura para este nível do ensino, e 42,8% em matemática, com grande variação entre as regiões do país e as redes de ensino (pública e privada).

A Prova ABC foi promovida por uma parceria entre o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a Fundação Cesgranrio, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope e o movimento Todos Pela Educação. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (25).

Escola pública vai mal
Se forem comparados os dados da escola pública e privada, a primeira tem um desempenho muito inferior. Na rede dos governos municipal e estadual, apenas 48,6% dos alunos alcançam os níveis considerados esperados para o 3º ano do fundamental. Ou seja, mais da metade (51,4 %) dos estudantes não sabe tirar o tema de um texto que leia.

O Nordeste é a região com o pior desempenho  -- 63,5% dos alunos da rede pública têm conhecimento abaixo do esperado. A região Norte também puxa a média nacional para baixom, com 60,% de desempenho inferior ao esperado.

Nas instituições particulares, o percentual nacional de alunos que não aprenderam o "básico" é de 21%. Mas as diferenças regionais também aparecem na rede privada com Norte (30,6%) e Nordeste (38,9%) apresentando os piores desempenhos.

Escala Saeb
O desempenho médio dos alunos que fizeram a prova de leitura foi de 185,8 pontos na escala que vai de 100 a 375. O nível considerado adequado é 175. A escala utilizada foi do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).

Ficam acima da média nacional as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste com, respectivamente, 197,9; 193,6 e 196,5 pontos; e, abaixo da média nacional, as regiões Norte e Nordeste com, respectivamente, 172,8 e 167,4 pontos.

Os resultados também variam em relação à rede, pública ou privada. Enquanto os alunos da rede privada atingiram, na média nacional, 216,7 pontos em leitura, os da rede pública ficaram em 175,8 pontos.

http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10457&secao=32

1 comentários:

eli disse...

Reflexões de Manassés.
Os problemas com o ensino não estão atrelados a apenas a questão de os alunos saírem das escolas sem saber ler um texto ou resolverem questões básicas de matemática. Podemos dizer também que os problemas de hoje são os mesmos de tempos passados, os números é que são maiores porque o número da população também é maior.
Um dos problemas em sala de aula pode ter relação com a questão dos relacionamentos entre professor aluno, uma vez que somos seres sociáveis e temos essa necessidade de nos relacionarmos para podermos assim formar uma sociedade. Bons relacionamentos irão gerar uma melhor aprendizagem dos alunos, porque geram segurança para o discente poder questionar os conteúdos, expondo suas dúvidas ao docente; mas o sistema da educação como está posto nem sempre permite esse bom relacionamento entre os envolvidos na educação.
Na forma que o sistema impõe a alunos e professores, eles têm que se adequar a padrões que os mantenham alienados. Isso já nos provou que não prepara o individuo para ler e escrever, mas forma um indivíduo para um mercado de trabalho de mão de obra barata, pois é isso que é interessante para um classe dominante. Quando digo que o sistema não permite este bom relacionamento, é pelo fator tempo dentro das escolas, embora a escola esteja tentando se reorganizar para que seus alunos não saiam prejudicados. Miguel Arroyo, no texto Tempo, tempo,tempo, cita o comentário de uma professora: “difícil para as crianças e adolescentes,jovens ou adultos que estudam,e difícil para nós professores.”
O professor com o tempo que lhe foi imposto passa os conteúdos de livros didáticos com tempos já estabelecidos, ou seja, há uma meta a ser cumprida, e se o aluno sabe ou não ler e escrever, os números de pesquisas como o da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e outras organizações de pesquisas vão dizer. O importante é que no dia da prova ele soube decorar e responder questões que lhe assegurassem ser transportado de uma série a outra. E isso regulado pelos tempos predeterminados da escola, tal como afirma Arroyo, “os conteúdos são predefinidos para serem ensinados e aprendidos em semanas e bimestre.”
Que alunos saem das escolas sem saber interpretar um texto não é coisa recente, como comentei há pouco, e enquanto não houver um investimento por parte do governo em políticas educacionais que deem melhores condições para os docentes nada mudará. Pois investir em educação é investir no ser humano, e uma dessas melhorias envolve melhores salários, contratação de docentes para atender o grande contingente de discentes. Em todo início de ano o número de alunos é bem elevado, mas é fato que no final de cada ano letivo é uma minoria que consegue concluir os estudos, com uma formação bem abaixo do esperado. E enquanto nós não tomarmos um atitude para mudar essa política que dá direito e não condições de uma educação com qualidade, o que todo indivíduo tem assegurado por lei pela Constituição, os números de pessoas com uma formação abaixo do esperado só irá.
A educação é um caso urgente, e os números das pesquisas feitas sobre a qualidade da educação no Brasil nos dizem que ela pede socorro.

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