sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Leitores antes mesmo de nascer

PublishNews - 23/09/2011

Bebês embalados por livros e histórias que os manterão conectados ao hábito da
leitura por toda a vida. Esse estímulo ao contato com as histórias desde a gestação
e o nascimento -- assim como a promoção da leitura entre as mães, pais e cuidadores
das crianças -- é o objetivo do programa Bebelendo, inspirado também nas ações de formação de leitores das Jornadas Literárias, que já faz experiências práticas.

Desde fevereiro de 2010, o projeto idealizado por Rita de Cássica, à época professora
da Universidade de Passo Fundo e hoje consultora da Unesco, é aplicado nos
municípios gaúchos de Erechim e Tapejara. Hoje, cerca de 40 pessoas participam do projeto -- gestantes e bebês de famílias de vulnerabilidade social -- que tem apoio financeiro da Unesco e conta com aparatos físicos e funcionários da prefeitura dos municípios. E muitos resultados já estão sendo observados: os bebês que participaram do programa mostram maior atenção às histórias e interesse pelos livros, enquanto as mães leem mais e servem como mediadoras não só com o bebê, mas também com os outros filhos. Agora, a expectativa de Rita é conferir o resultado na fala dos bebês.

As últimas descobertas da neurociência mostram que de 0 a 3 anos acontece um importante desenvolvimento cerebral. E que pode haver mudanças de acordo com
os estímulos fornecidos. “Os comportamentos dessa fase servem de base para a vida toda”, explica Rita. Através do contato com a leitura e literatura neste período, acredita-se que a criança também vai ter uma capacidade linguística mais bem desenvolvida: 50% da capacidade é hereditária, e 50% pode ser influenciada pelo
meio. “Então, se as mães leem mais elas também influenciam na capacidade
linguística do filho.”

O projeto propõe que desde a gestação a mulher participe de encontros semanais
nas bibliotecas municipais. Em um primeiro momento, a professora Rita explica
às mães a importância de estimular a leitura e a contação de histórias desde a
gestação. Então, a partir do sétimo mês, as gestantes passaram a se encontrar semanalmente com duas mediadoras na biblioteca para ouvir uma história
contada, aprender cantigas de ninar e parlendas – que devem contar e cantar
aos bebês.
Aos poucos, são estimuladas a introduzir as histórias e os livros a eles.

Passado um ano e sete meses de trabalho, os resultados são animadores.
“Observamos claramente que os bebês desenvolveram comportamentos de
leitores. Eles prestam muita atenção quando se contam histórias, muito mais
do que os bebês que não participaram do programa”, conta Rita.

Outras descobertas: o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê ficou mais forte e os pequenos também ficaram mais sensíveis à música e se movimentam no ritmo
dela. Por sua vez, as mães também desenvolveram comportamentos de leitoras, retirando em média três livros por mês da biblioteca. “Agora estamos ansiosos
para ver os resultados na fala dos bebês, de como as histórias estimularam a sua capacidade linguística”, diz Rita.

O programa piloto do Bebelendo vai durar ao todo três anos, contando com a
parceria da Unesco. Resultado do trabalho de mestrado da professora Rita, o
projeto é detalhado no livro Programa Bebelendo – uma intervenção precoce de
leitura, escrito em parceria com a sua orientadora de Mestrado, a professora Tania Rösing, que também é coordenadora das Jornadas Literárias de Passo Fundo.
“A grande meta é que o programa se torne uma política pública em todo o País”, entusiasma-se Rita.

fonte: http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10603&secao=32

Morador de rua e... leitor!

Por Galeno Amorim
Endereço fixo ele não tem. Trabalha, come, dorme e vive na rua. Só não aceita ser mendigo. Mesmo porque ele ganha a vida vendendo pipoca e biscoito - e, todos os dias, gasta cinco reais para tomar banho e comer. Sem um teto para se abrigar, ele mora, de certo modo, no próprio local de trabalho: um carrinho de mão, construído com suas próprias mãos, que montou com uns pedaços de tábua e bugigangas encontradas no lixo.

E o que Márcio Pereira dos Santos - que, desde que deixou, há três anos, a casa dos pais, no Rio Grande do Sul, ganhou o apelido de Gaúcho - tem de diferente dos outros milhões de moradores de rua que, como ele, habitam praças e calçadas das metrópoles?

Ele lê muito, o próprio Márcio responde. E, com isso, acrescenta, ainda consegue manter alguma sanidade, em que pese toda a dureza e certa crueldade na selva de pedra das ruas para quem leva esse tipo de vida, digamos, nada convencional.

Esse rapaz de 34 anos, bem-apessoado, com título de eleitor, cartão de crédito e até conta de e-mail, lê de tudo. Jornais velhos e revistas que encontra por aí. E livros, os mais diferentes deles: sociologia, política, romances... E, naturalmente, a Bíblia, pois a vida, definitivamente, não é fácil.

Márcio gostava de ler como passatempo. Mas desde que resgatou de uma lata de lixo o livro Biblioteca de Sociologia Geral, de Nello Andreoti Neto, passou a se interessar por temas sociais. Leu, releu e refletiu muito. Sobre sua vida e as suas escolhas. Descoberto, dia desses, pelo jornal O Globo nas ruas do centro do Rio de Janeiro, ele diz ter aprendido nessa vida ao léu como funcionam, para pessoas que, como ele, moram nas ruas, as políticas sociais do país.

Suas opiniões sobre a função social da leitura não ficam devendo nada a nenhum especialista:

- O livro é bom porque você confronta suas opiniões com as do autor e aprende - ele filosofa.

Além de conta bancária, carteira de identidade e conexão com a rede mundial de computadores na lan house mais próxima, Márcio dos Santos faz questão de dizer que, embora morando na rua, é um cidadão. Como qualquer outro. Foi lendo que ele descobriu, por exemplo, o que pouca gente sabe: que qualquer pessoa que esteja abaixo da linha de pobreza, como é o caso dele, tem o direito de receber ajuda do governo.

Por isso, foi lá e se cadastrou no Bolsa-Família, que recebe regularmente. Mas por que, afinal, ele ainda se dá ao trabalho de ler?! (um livro de meio quilo, que ele carrega na mochila, parece pesar horrores após alguns meses nas suas costas...).

É o próprio Márcio, leitor confesso de Monteiro Lobato, quem dá a resposta:

- O livro me faz relaxar a mente...


fonte: http://www.observatoriodolivro.org.br/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

29 de outubro: Dia do Livro


Dia 29 de outubro de 1810 foi o dia em que a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, quando então foi fundada a Biblioteca Nacional. Mas a edição de livros no Brasil iniciou antes, em 1808, quando D.João VI fundou a Imprensa Régia. O primeiro livro publicado foi "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga.
       O dicionário define a palavra “livro” como “um volume transportável, composto por páginas encadernadas, contendo texto manuscrito ou impresso e/ou imagens e que forma uma publicação unitária (ou foi concebido como tal) ou a parte principal de um trabalho literário, científico ou outro.”  Mas, o que é um livro para um leitor? Que tal você deixar seu comentário sobre esta questão?

terça-feira, 13 de setembro de 2011


domingo, 11 de setembro de 2011

Biblioteca Comunitária Sítio Vanessa - Morretes

 Correio do Litoral - Dom, 11 de Setembro de 2011 09:15

"Sou aluna de Gestão de Eventos, da Faculdade Opet de Curitiba, e gostaria de convidá-los a conhecer o blog do projeto comunitário que estou desenvolvendo com o meu esposo Juliano Rocha (fotógrafo e artista plástico) de forma voluntária, numa comunidade rural de Morretes, a Biblioteca Comunitária Sítio Vanessa.

A biblioteca foi criada de forma voluntária por mim e por meu esposo, em parceria da comunidade rural do bairro Cabrestante em Morretes, no final da Estrada do Anhaia (15km distante do centro de Morretes), na tentativa de levar livros e incentivar a leitura às pessoas que não têm acesso facilitado a uma biblioteca pública perto de casa. Com a ajuda de Edemilson Pereira, ambientalista e proprietário do sítio, aos poucos estamos reunindo livros para o acervo da biblioteca.

Nessa região não há bibliotecas próximas disponíveis aos moradores, nem bancas de jornal, nenhum equipamento cultural que eles possam usar, e dos três colégios municipais e estaduais ao longo da estrada, apenas um funciona.

Quando conhecemos os moradores da região, eles mostraram que tinham muito interesse em diversos assuntos pelos quais também nos interessamos, então resolvemos montar a biblioteca, inicialmente bem tímida com apenas 30 livros da nossa própria estante, o projeto foi crescendo (começamos em junho), através de doações de amigos e colegas, e contatos pelo Facebook, agora estamos perto de 150 livros.

Em Morretes, atualmente só há uma biblioteca privada funcionando que faz empréstimos, mas mesmo assim fica longe das casas dos moradores da Região do Anhaia, visto que é um local acessível apenas por estradinhas de terra. E quando chove, só de moto ou carros 4x4 para vencer esse caminho.

Fiz um blog contando a história do início do projeto e de como estamos direcionando ele para que vire num futuro próximo, uma biblioteca que possa incentivar a leitura, num local de natureza exuberante, mas tão carente de recursos e incentivo por parte dos nossos governantes. O mais gratificante é receber a notícia de que os livros já estão circulando pelas mãos dos novos leitores, inclusive já até recebemos "encomendas" de alguns títulos.

Fiquem à vontade para acessar os links, esse em especial do blog que estou lhe enviando, conta como tudo começou:"

http://bibliotecadositio.blogspot.com

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

43,9% dos alunos do 3º ano não compreendem o que leem

UOL - 26/08/2011


Num grupo de cem alunos do 3º ano do ensino fundamental, 43 deles -- praticamente 44 -- não são capazes de entender um texto que estejam lendo. Nessa etapa de ensino, os estudantes deveriam ser capazes de identificar os temas de uma narrativa, localizar informações explícitas, identificar características de personagens em textos como lendas, contos, fábulas e histórias em quadrinhos e perceber relações de causa e efeito nesses textos.

Os resultados da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), que avalia a qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano (2ª série), demonstram que apenas 56,1% dos alunos aprenderam o que era esperado em leitura para este nível do ensino, e 42,8% em matemática, com grande variação entre as regiões do país e as redes de ensino (pública e privada).

A Prova ABC foi promovida por uma parceria entre o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a Fundação Cesgranrio, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope e o movimento Todos Pela Educação. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (25).

Escola pública vai mal
Se forem comparados os dados da escola pública e privada, a primeira tem um desempenho muito inferior. Na rede dos governos municipal e estadual, apenas 48,6% dos alunos alcançam os níveis considerados esperados para o 3º ano do fundamental. Ou seja, mais da metade (51,4 %) dos estudantes não sabe tirar o tema de um texto que leia.

O Nordeste é a região com o pior desempenho  -- 63,5% dos alunos da rede pública têm conhecimento abaixo do esperado. A região Norte também puxa a média nacional para baixom, com 60,% de desempenho inferior ao esperado.

Nas instituições particulares, o percentual nacional de alunos que não aprenderam o "básico" é de 21%. Mas as diferenças regionais também aparecem na rede privada com Norte (30,6%) e Nordeste (38,9%) apresentando os piores desempenhos.

Escala Saeb
O desempenho médio dos alunos que fizeram a prova de leitura foi de 185,8 pontos na escala que vai de 100 a 375. O nível considerado adequado é 175. A escala utilizada foi do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).

Ficam acima da média nacional as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste com, respectivamente, 197,9; 193,6 e 196,5 pontos; e, abaixo da média nacional, as regiões Norte e Nordeste com, respectivamente, 172,8 e 167,4 pontos.

Os resultados também variam em relação à rede, pública ou privada. Enquanto os alunos da rede privada atingiram, na média nacional, 216,7 pontos em leitura, os da rede pública ficaram em 175,8 pontos.

http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10457&secao=32