sexta-feira, 24 de junho de 2011

Reflexões sobre um ano na UFPR Litoral

Por Manassés Firmino


No ano de 2009, eu tive uma alegria ímpar em minha vida: prestei o vestibular para a UFPR, Setor Litoral, e passei. No dia em que vi meu nome entre os aprovados tive uma sensação de êxtase e fiquei uma semana rindo à toa. No primeiro dia de aula, mal pude acreditar que fazia parte de uma instituição tão conceituada como esta. Porém, os dias foram passando, as semanas, os meses e um ano inteiro se passou. Eu me perguntava: não deve ser esta a Universidade Federal do Paraná que está a poucos meses de completar cem anos. E assim se passou um ano em que eu vi professores ofertando cursos de línguas que não eram do meu interesse, pois quando escolhi o curso LinCom eu já sabia bem o que eu queria. Toda a perspectiva que eu tinha foi aos poucos sendo minada por um tempo que me parecia perdido, e em meio a tanta falação via alguns colegas indo embora, talvez acometidos do mesmo sentimento de frustração que o meu.
Por outro lado, muitas vezes me perguntava que tipo de cidadão ou profissional esta instituição quer qualificar, tendo em vista uma sociedade capitalista e consumista. Ser crítico e autônomo é uma questão quase pessoal, então é válida toda a metodologia na qual o aluno tem autonomia sobre o que quer estudar. Pena é que nem todas as pessoas estão com o seu senso crítico tão aguçado, ao contrário, parece que estão alienadas em um projeto que visa não mudar a educação, e sim contextualizá-la com a realidade. É certo também que um trabalho como este, leva tempo para gerar frutos. Mas se a instituição propõe uma nova maneira de estudo seria bom que isto já estivesse de alguma maneira formulado e melhor organizado.
Espero que todo meu senso crítico não cause um mal-estar, mas sim possibilite uma reflexão sobre a instituição, seus professores e alunos. Isso porque a humildade e a mansidão de espírito são virtudes que todo ser humano deveria praticar e buscar, e tudo isso sem preconceitos, respeitando a crença de cada um, pois respeitar o próximo não é compactuar com suas escolhas, mas respeitá-lo como ser humano que tem sentimentos, emoção e vontade própria para tomar decisões, inclusive de que maneira gastar o seu tempo de vida. 
Estou ciente que toda “ação provoca uma reação” e que no campo das ideias toda discutição é valida e produz conhecimentos para um bem coletivo e não um bem restrito a algumas pessoas que julgam estar em uma posição melhor, ou detentoras de um saber maior com seus títulos. E esta questão nos leva direto para outra muito mais complexa: o ego. E ele também deveria ser revisto em uma instituição que pretende implantar um projeto de educação inovador.

Esse texto faz parte de uma atividade proposta no Módulo de Português da turmade 2009, atividade " escrever sem doer".

Câmara aprova obrigatoriedade do ensino de Libras e Braile

Agência Câmara - 17/06/2011

A Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania aprovou nesta quinta-feira proposta que obriga as escolas públicas e privadas a oferecer a seus alunos com necessidades especiais as linguagens específicas que lhes permitam uma perfeita comunicação, como a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o sistema Braile. A proposta, que foi aprovada em caráter conclusivo e segue para o Senado, estabelece que “os sistemas de ensino deverão assegurar aos alunos com necessidades especiais métodos pedagógicos de comunicação, entre eles: Língua Brasileira de Sinais (Libras), tradução e interpretação de Libras, ensino de Língua Portuguesa para surdos, sistema Braille; recursos áudios e digitais, orientação e mobilidade; tecnologias assistivas e ajudas  técnicas; interpretação da Libras digital, tadoma e outras alternativas de comunicação”. O texto aprovado, que altera o capítulo sobre educação especial da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), também amplia o conceito de educação especial.

Conforme a definição atual, trata-se da “modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”.

Conforme a proposta, a educação especial é a “modalidade de educação escolar que realiza o atendimento educacional especializado, definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais  especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar e suplementar os serviços educacionais comuns oferecidos, preferencialmente, na rede regular de ensino”. As demais características da educação especial, descritas no artigo 59 da lei, são mantidas pela proposta aprovada hoje. O texto aprovado é uma emenda do relator da proposta na CCJ, Efraim Filho (DEM-PB), que se baseou no substitutivo aprovado anteriormente pela Comissão de Seguridade Social e Família ao Projeto de Lei 6706/06, da ex-senadora Ideli Salvati (PT-SC), hoje ministra das Relações Institucionais.

A proposta original previa apenas a inclusão da Libras no currículo, mas foi ampliado, atendendo às demais pessoas com deficiência. O texto volta para o Senado por ter sido alterado.  

fonte:
http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10092&secao=32

terça-feira, 7 de junho de 2011

O desafio de ensinar a língua para todos

A polêmica sobre o "falar popular" revela a necessidade de dialogar com os alunos não familiarizados com a norma-padrão




- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.

É óbvio: o célebre poema O Capoeira, de Oswald de Andrade (1890-1954), está quase integralmente em desacordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa. Isso não impede, entretanto, que Pau Brasil, o livro de 1925 em que o texto está incluído, seja estudado nas escolas e frequente as listas de leitura obrigatória das mais concorridas universidades do país.
Do regionalismo de Jorge Amado à prosa contemporânea da literatura marginal, passando pelo modernismo de Mário de Andrade e Guimarães Rosa, refletir sobre as variedades populares da língua, típicas da fala, tem sido uma maneira eficaz de levar os alunos a compreender as formas de expressão de diferentes grupos sociais, a diversidade linguística de nosso país e a constatação de que a língua é dinâmica e se reinventa dia a dia.
A discussão, porém, tomou um caminho diferente no caso do livro Por Uma Vida Melhor, volume de Língua Portuguesa destinado às séries finais na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Um excerto do capítulo "Escrever É Diferente de Falar" foi entendido como uma defesa do "falar errado". Muitas pessoas expressaram o temor de que isso representasse uma tentativa de desqualificar o ensino das regras gramaticais e ortográficas que regem a Língua Portuguesa. De fato, não se pode discutir que o papel da escola é (e deve continuar sendo) ensinar a norma culta da língua.
Conhecer e dominar a comunicação segundo o padrão formal representa, sem dúvida, um caminho poderoso para a ascensão econômica e social de indivíduos e grupos. Acima de tudo, é uma das maneiras mais eficazes por meio das quais a escola realiza a inclusão social: permitir o acesso a jornais, revistas e livros é abrir as portas para todo o conhecimento científico e filosófico que a humanidade acumulou desde que a escrita foi inventada.
Mas, afinal, do ponto de vista da prática pedagógica, está correto contemplar nas aulas a reflexão sobre as variantes populares da língua? A resposta é sim. A questão ganhou relevância com a universalização do ensino nas três últimas décadas. Com a democratização do acesso à Educação, a escola passou a receber populações não familiarizadas com a norma-padrão. Nesse percurso, surgiu a tese de que falar "errado" representava um impedimento para aprender a escrever "certo". Pesquisas na área de didática mostraram exatamente o contrário: o contato com a norma culta da escrita impacta a oralidade. Ao escrever do jeito previsto pelas gramáticas, o aluno tende a incorporar à fala as estruturas e expressões que aprendeu.

fonte: Revista Nova Escola
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/desafio-ensinar-lingua-todos-variedade-linguistica-falar-628499.shtml




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Davi Souza defende a educação inclusiva


Fala de Davi Souza, ex aluno da Educação de Jovens e Adultos do estado do Ceará, na Comissão Especial do PNE, defendendo a educação especial inclusiva. 
Ele é aluno do curso Técnico de Meio Ambiente e defende a educação inclusiva e que LIBRAS deve ser ensinada em todas as escolas brasileiras.




Em defesa de um português brasileiro nas escolas

Alessandra Bizoni - Folha Dirigida - 24/05/2011


Escritor, tradutor, linguista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcos Bagno milita, há décadas, contra o "preconceito linguístico" no Brasil e foi o primeiro especialista a sair em defesa dos autores do livro "Por uma vida melhor", da Coleção Viver, Aprender — o livro didático de Língua Portuguesa mais debatido no país nos últimos tempos, cuja responsabilidade pedagógica é da organização não governamental Ação Educativa. Se para diversos segmentos da sociedade, a atitude de registrar em um livro didático a construção "nós pega o peixe" representa um massacre à Língua Portuguesa ou revela um posicionamento demagógico e falacioso com relação à educação destinada às classes populares, para Marcos Bagno tal orientação pedagógica simplesmente reconhece as variantes populares da Língua Portuguesa faladas no Brasil há mais de 200 anos.
Para o escritor, o alarde em torno da abordagem presente na obra, que conta com o aval do Ministério da Educação (MEC), demonstra o enorme "preconceito linguístico" de nossa sociedade. Autor premiado na área acadêmica e também na Literatura, o professor da UnB investiga há décadas os fenômenos da sociolinguística. Em 1999, com a publicação de   "Preconceito linguístico: o que é, como se faz" (Ed. Loyola), Marcos Bagno se transformou em referência nos cursos de Letras e de Pedagogia de todo o Brasil, que adotam a obra como marco teórico na formação dos futuros professores de Língua Portuguesa. No ano seguinte, publicou "Dramática da Língua Portuguesa", fruto de sua tese de doutorado defendida na Universidade de São Paulo (USP). Em sua pesquisa, apontou discrepâncias entre a língua realmente utilizada pelos brasileiros e a norma-padrão veiculada pelas gramáticas tradicionais, pelos livros didáticos e pela mídia.
Seu posicionamento de vanguarda se consolidou em 2009, com a publicação de "NÃO É ERRADO FALAR ASSIM! Em defesa do português brasileiro" (Parábola), obra em que defende abertamente o reconhecimento do "português brasileiro". E Marcos Bagno não está sozinho em sua luta pelo reconhecimento de formas alternativas do uso de língua portuguesa. No último dia 20, a Associação Brasileira de Linguística (Abralin) e a Associação de Linguística Aplicada do Brasil (Alab) publicaram nota em que condenam a cobertura de veículos de imprensa sobre livro da Coleção Viver, Aprender. Passadas algumas semanas da divulgação de trechos como "nós pega o peixe" ou "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", a polêmica ainda está longe de terminar. A centenária Academia Brasileira de Letras (ABL), por exemplo, por meio de nota oficial, condenou tanto a obra quanto a postura do Ministério da Educação (MEC) ao distribuí-la para as redes públicas de todo o país.
Para enriquecer o debate em torno da questão, a FOLHA DIRIGIDA procurou o professor Marcos Bagno, que fez a pioneira defesa do livro "Por uma vida melhor" no artigo "Polêmica ou ignorância? Discussão sobre livro didático só revela ignorância da grande imprensa", artigo disponível na página eletrônica do educador (www.marcosbagno.com.br). Concedida por "e-mail" (ou seria mais adequado correio eletrônico?), o depoimento aqueceu ainda mais o debate sobre as diretrizes para o ensino de Língua Portuguesa no país.

Além de propor a legitimidade de um "português brasileiro", o escritor critica a ABL, recomenda o engavetamento da Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), documento regulador do ensino programático da Língua Portuguesa, e atribui o enfoque da cobertura em torno do caso a convicções políticas contrárias àquelas adotadas pelo Governo Federal. 

Confira a entrevista na íntegra:

http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10004&secao=22


V SELLF - Seminário de Estudos Linguísticos e Literários da FAFIPAR

O Departamento de Letras da FAFIPAR, no período de 19 a 23 de setembro de 2011, promoverá o V SELLF - Seminário de Estudos Linguísticos e Literários. O evento, que já se consolidou como um espaço de congregação das interlocuções voltadas para os estudos linguísticos e literários da região leste paranaense, busca nesta quinta edição ampliar suas discussões e unir pesquisadores e profissionais da área de Letras, Educação e afins, das mais diversas regiões e Instituições, em um espaço de reflexões e divulgação de pesquisas.

As inscrições ocorrerão de 13 de junho a 19 de agosto, por meio do preenchimento da ficha de inscrição e envio de resumo juntamente com o texto completo (caso deseje-se publicá-lo nos Anais do V Sellf).

Maiores informações no site do evento: http://5sellf.blogspot.com.